BIOGRAFIA
DO MÉDICO SANITARISTA OSVALDO CRUZ:
Oswaldo Gonçalves Cruz foi um cientista, médico, bacteriologista, epidemiologista e sanitarista brasileiro.
Foi
pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no
Brasil. Fundou em 1900 o Instituto Soroterápico Nacional no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, transformado em Instituto Oswaldo
Cruz, respeitado internacionalmente.
Nasceu 05 de agosto de 1872, na cidade de
São Luiz do Paraitinga, SP e foi criado
na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Filho do médico Bento Gonçalves Cruz e de
Amália Taborda de Bulhões, recebeu uma criação muito rígida. Desde cedo,
decidiu que profissão seguir, tendo ingressado na faculdade
de medicina aos 15 anos de idade. Entretanto, não era um aluno
brilhante, mas desde a primeira vez que observou microrganismos ao microscópio,
apaixonou-se por eles.
Aos 20
anos de idade casou-se com Emília da Fonseca, com quem teve seis filhos. Em 1896, viajou para a capital francesa
para estagiar no prestigiado Instituto Pasteur. Para sustentar sua família na
cidade francesa, Oswaldo empregou-se em uma clínica de urologia.
No
entanto, esse ramo não agradava Oswaldo, que arranjou, então, um estágio no
laboratório de toxicologia da cidade: investigação criminal.
Essas
atividades não afastaram Oswaldo de seu objetivo de interesse, a Bacteriologia. Foi muito bem recebido no
Instituto Pasteur, sendo até dispensado de pagar pelo material usado nas
pesquisas. Também fez estágios em uma fábrica de vidraria para laboratório,
tornando-se, posteriormente, o primeiro
a fabricar ampolas no Brasil.
Ao
retornar ao Brasil, foi designado pela Diretoria Geral de Saúde Pública para
investigar casos suspeitos de Peste Bubônica em Santos. O diagnóstico foi
confirmado. O único tratamento para a doença, o soro antipestoso, não era
produzido no país. Fora então criados dois institutos soroterápicos, um em São
Paulo e outro no Rio de Janeiro. No ano de 1902 assumiu a direção geral do
Instituto, de onde só saíra 14 anos depois.
O Rio de
Janeiro era assolado por doenças como varíola e Febre Amarela. Os cortiços eram numerosos e as primeiras favelas
já surgiam.
A cidade era uma das mais sujas do mundo,
pois dos boletins sanitários da época se lê que a Saúde Pública em um mês
vistoriou 14.772 prédios, extinguiu 2.328 focos de larvas, limpou 2.091 calhas
e telhados, 17.744 ralos e 28.200 tinas. Lavou 11.550 caixas automáticas e
registos, 3.370 caixas d´água, 173 sarjetas, retirando 6.559 baldes de lixo e
dos quintais de casas e terrenos 36 carroças de lixo, gastando 1.901 litros de
petróleo.
Nesse cenário, Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor Geral de Saúde Pública por José Joaquim Seabra, Ministro da Justiça, e pelo Presidente Rodrigues Alves.
Coordenou as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola, no
Rio de Janeiro. A nomeação foi uma surpresa geral. Organizou os batalhões de
"mata-mosquitos", encarregados de eliminar os focos dos insetos
transmissores. Convenceu Rodrigues Alves a decretar a vacinação
obrigatória, o que provocou a rebelião de populares e da Escola Militar (1904) contra o que consideram uma invasão de suas
casas e uma vacinação forçada. Para debelar a doença, tomou
providências polêmicas. Convicto da eficiência de suas ações (combate a ratos e
mosquitos e vacinação obrigatória da população), talvez tenha lhe faltado um
pouco de tato.
A
imunização obrigatória, juntamente à reforma urbana que derrubou cortiços
e favelas gerou uma grande revolta na população. As manifestações contra a vacina
evoluíram para uma rebelião - a Revolta da
Vacina. Mesmo
achando que poderia ser morto, Oswaldo não deixou de ir trabalhar. Um bilhete
de despedida com a sua caligrafia foi encontrado escondido na cartola, caída no
chão no meio do tumulto: “Morreu pelo
bem do povo, a 10 de novembro de 1904”.
Premiado no Congresso Internacional de
Higiene e Demografia, em Berlim (1907), deixou a Saúde Pública (1909).Dirigiu a campanha de erradicação da febre amarela em Belém do Pará e estudou as condições sanitárias do vale do rio Amazonas e da região onde seria construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em Rondônia.
Em 1916 ajudou a fundar a Academia Brasileira de Ciências e, no mesmo ano, assumiu a prefeitura de Petrópolis. Doente, faleceu um ano depois, não tendo completado o seu mandato.
Muito Criticado pela imprensa, virou um dos
principais alvos de cronistas e cartunistas, guardou todas as caricaturas e
notícias publicadas a seu respeito para lembrar-se da injustiça que sofrera,
pois tinha certeza de que o valor de suas medidas tomadas seria reconhecido.
Tinha razão: no ano de 1908, outro surto de varíola levou a população a formar
filas nos postos de vacinação.
No ano de 1916, Oswaldo deixou o Instituto
devido a problemas de saúde que havia previsto. Nove anos antes, já com os
primeiros sintomas da nefrite, examinara a própria urina e encontrara albumina,
o que não era um bom sinal. Fizera então um testamento e um projeto de seu
próprio túmulo, dando ênfase ao isolamento do cadáver: o caixão deveria ser
hermeticamente fechado, revestido de bronze e asfalto
(projeto que acabou não sendo usado).
Mudou-se para Petrópolis, de onde ioi o
primeiro prefeito, mas sua gestão foi de apenas um ano, pois a piora de sua
saúde o levou a pedir demissão do cargo. Em 11 de fevereiro de 1917, em uma
manifestação em frente à casa do sanitarista, os adversários políticos
comemoravam a derrota do opositor. Neste mesmo dia, cercado de amigos, morria
Oswaldo Cruz. Falecia o sanitarista, mas a semente deixada por ele estava
germinando: o Instituto de Manguinhos.
Homenagens
Em sua homenagem foi erguida uma
Estátua em uma praça na cidade do Rio de Janeiro
Foi cunhada sua face na moeda de 400 réis lançada em 1936. Em 1986, impressa nas notas de Cz$ 50,00
(cinquenta cruzados).
Na cidade do Rio de Janeiro, uma estação de trem, uma avenida, um bairro e
diversas escolas têm o nome de Osvaldo Cruz, além do Instituto Soroterápico
(atual FIOCRUZ), por ele fundado. Um município do estado de São Paulo também tem o seu nome, nossa quase vizinha cidade de Osvaldo Cruz.
Em 1909, quando Carlos Chagas descobriu o protozoário causador da Tripanossomíase americana (popularmente conhecida como
"doença de Chagas") batizou-o com o nome de
"Trypanosoma cruzi", em homenagem a Osvaldo
Cruz.
Homenageado na capital de São Paulo, com o logradouro Praça Oswaldo Cruz, no início da Avenida Paulista.
Em 1913 foi fundado o Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, entidade representativa dos
estudantes de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(FMUSP).
Em 1983, a Marinha do Brasil homenageou-o com o NAsH Oswaldo
Cruz (U-18), que opera nos rios da Amazônia a partir da cidade de Manaus.
Em 2003, Marcos Palmeira interpretou o sanitarista no curta metragem de Silvio Tendler Oswaldo Cruz – O
Médico do Brasil.
Sua vida é
retratada no romance Sonhos Tropicais de Moacyr Scliar, médico e escritor gaúcho , falecido em 2011.
A Academia Brasileira de Ciências, Econômicas,
Políticas e Sociais o consagra como Patrono da Cátedra nº 199.
Osvaldo Cruz é o segundo ocupante da cadeira n.º05 na Academia Brasileira de Letras, eleito em
11 de maio de 1912, na sucessão de Raimundo Correia e recebido pelo acadêmico, o também
médico Afrânio Peixoto em 26 de junho de 1913.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Osvaldo_Cruz
http://www.miniweb.com.br/cidadania/personalidades/oswaldo_cruz.html
Revista de Manguinhos – maio de 2005.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Osvaldo_Cruz
http://www.miniweb.com.br/cidadania/personalidades/oswaldo_cruz.html
Revista de Manguinhos – maio de 2005.
Jornal ‘MEDICINA’
- /CFM- Março/2011
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