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terça-feira, 20 de janeiro de 2015

OSWALDO CRUZ




BIOGRAFIA DO MÉDICO SANITARISTA OSVALDO CRUZ:



   BIOGRAFIA APRESENTADA PELO MÉDICO VETERINÁRIO, PROFESSOR E ADVOGADO WALDYR BRANDÃO PARA POSSE COMO MEMBRO DA ACADEMIA TUPAENSE DE CIÊNCIAS LETRAS E ARTES DE TUPÃ, SP, EM 14 DE NOVEMBRO DE 2014, PATRONO DA CADEIRA N.º 34,



     Foi pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental no Brasil. Fundou em 1900 o Instituto Soroterápico Nacional no bairro de Manguinhos, no Rio de Janeiro, transformado em Instituto Oswaldo Cruz, respeitado internacionalmente.

      Nasceu 05 de agosto de 1872, na cidade de São Luiz do Paraitinga, SP  e foi criado na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Filho do médico Bento Gonçalves Cruz e de Amália Taborda de Bulhões, recebeu uma criação muito rígida. Desde cedo, decidiu que profissão seguir, tendo ingressado na faculdade de medicina aos 15 anos de idade. Entretanto, não era um aluno brilhante, mas desde a primeira vez que observou microrganismos ao microscópio, apaixonou-se por eles.
     Aos 20 anos de idade casou-se com Emília da Fonseca, com quem teve seis filhos.      Em 1896, viajou para a capital francesa para estagiar no prestigiado Instituto Pasteur. Para sustentar sua família na cidade francesa, Oswaldo empregou-se em uma clínica de urologia.
    No entanto, esse ramo não agradava Oswaldo, que arranjou, então, um estágio no laboratório de toxicologia da cidade: investigação criminal.
  Essas atividades não afastaram Oswaldo de seu objetivo de interesse, a Bacteriologia. Foi muito bem recebido no Instituto Pasteur, sendo até dispensado de pagar pelo material usado nas pesquisas. Também fez estágios em uma fábrica de vidraria para laboratório, tornando-se, posteriormente, o primeiro a fabricar ampolas no Brasil.
    Ao retornar ao Brasil, foi designado pela Diretoria Geral de Saúde Pública para investigar casos suspeitos de Peste Bubônica em Santos. O diagnóstico foi confirmado. O único tratamento para a doença, o soro antipestoso, não era produzido no país. Fora então criados dois institutos soroterápicos, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro. No ano de 1902 assumiu a direção geral do Instituto, de onde só saíra 14 anos depois.
    O Rio de Janeiro era assolado por doenças como varíola e Febre Amarela. Os cortiços eram numerosos e as primeiras favelas já surgiam.
   A cidade era uma das mais sujas do mundo, pois dos boletins sanitários da época se lê que a Saúde Pública em um mês vistoriou 14.772 prédios, extinguiu 2.328 focos de larvas, limpou 2.091 calhas e telhados, 17.744 ralos e 28.200 tinas. Lavou 11.550 caixas automáticas e registos, 3.370 caixas d´água, 173 sarjetas, retirando 6.559 baldes de lixo e dos quintais de casas e terrenos 36 carroças de lixo, gastando 1.901 litros de petróleo.
   Nesse cenário, Oswaldo Cruz foi nomeado Diretor Geral de Saúde Pública por José Joaquim Seabra, Ministro da Justiça, e pelo Presidente Rodrigues Alves.
  Coordenou as campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola, no Rio de Janeiro. A nomeação foi uma surpresa geral. Organizou os batalhões de "mata-mosquitos", encarregados de eliminar os focos dos insetos transmissores. Convenceu Rodrigues Alves a decretar a vacinação obrigatória, o que provocou a rebelião de populares e da Escola Militar (1904) contra o que consideram uma invasão de suas casas e uma vacinação forçada.  Para debelar a doença, tomou providências polêmicas. Convicto da eficiência de suas ações (combate a ratos e mosquitos e vacinação obrigatória da população), talvez tenha lhe faltado um pouco de tato.
    A imunização obrigatória, juntamente à reforma urbana que derrubou cortiços e favelas gerou uma grande revolta na população. As manifestações contra a vacina evoluíram para uma rebelião - a Revolta da Vacina. Mesmo achando que poderia ser morto, Oswaldo não deixou de ir trabalhar. Um bilhete de despedida com a sua caligrafia foi encontrado escondido na cartola, caída no chão no meio do tumulto:  “Morreu pelo bem do povo, a 10 de novembro de 1904”.
Premiado no Congresso Internacional de Higiene e Demografia, em Berlim (1907), deixou a Saúde Pública (1909).
Dirigiu a campanha de erradicação da febre amarela em Belém do Pará e estudou as condições sanitárias do vale do rio Amazonas e da região onde seria construída a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré em Rondônia.
Em 1916 ajudou a fundar a Academia Brasileira de Ciências e, no mesmo ano, assumiu a prefeitura de Petrópolis. Doente, faleceu um ano depois, não tendo completado o seu mandato.
    Muito Criticado pela imprensa, virou um dos principais alvos de cronistas e cartunistas, guardou todas as caricaturas e notícias publicadas a seu respeito para lembrar-se da injustiça que sofrera, pois tinha certeza de que o valor de suas medidas tomadas seria reconhecido. Tinha razão: no ano de 1908, outro surto de varíola levou a população a formar filas nos postos de vacinação.
     No ano de 1916, Oswaldo deixou o Instituto devido a problemas de saúde que havia previsto. Nove anos antes, já com os primeiros sintomas da nefrite, examinara a própria urina e encontrara albumina, o que não era um bom sinal. Fizera então um testamento e um projeto de seu próprio túmulo, dando ênfase ao isolamento do cadáver: o caixão deveria ser hermeticamente fechado, revestido de bronze e asfalto (projeto que acabou não sendo usado).
      Mudou-se para Petrópolis, de onde ioi o primeiro prefeito, mas sua gestão foi de apenas um ano, pois a piora de sua saúde o levou a pedir demissão do cargo. Em 11 de fevereiro de 1917, em uma manifestação em frente à casa do sanitarista, os adversários políticos comemoravam a derrota do opositor. Neste mesmo dia, cercado de amigos, morria Oswaldo Cruz. Falecia o sanitarista, mas a semente deixada por ele estava germinando: o Instituto de Manguinhos.

Homenagens

Em sua homenagem foi erguida uma Estátua em uma praça na cidade do Rio de Janeiro
Foi cunhada sua  face na moeda de 400 réis lançada em 1936.  Em 1986, impressa nas notas de Cz$ 50,00 (cinquenta cruzados).
Na cidade do Rio de Janeiro, uma estação de trem, uma avenida, um bairro e diversas escolas têm o nome de Osvaldo Cruz, além do Instituto Soroterápico (atual FIOCRUZ), por ele fundado. Um município do estado de São Paulo também tem o seu nome, nossa quase vizinha cidade de Osvaldo Cruz.
Em 1909, quando Carlos Chagas descobriu o protozoário causador da Tripanossomíase americana (popularmente conhecida como "doença de Chagas") batizou-o com o nome de "Trypanosoma cruzi", em homenagem a Osvaldo Cruz.
Homenageado na capital de São Paulo, com o logradouro Praça Oswaldo Cruz, no início da Avenida Paulista.
Em 1913 foi fundado o Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, entidade representativa dos estudantes de medicina da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP).
 Em 1983, a Marinha do Brasil homenageou-o com o NAsH  Oswaldo Cruz (U-18), que opera nos rios da Amazônia a partir da cidade de Manaus.
Sua vida é retratada no romance Sonhos Tropicais de Moacyr Scliar, médico e escritor gaúcho , falecido em 2011.
A Academia Brasileira de Ciências, Econômicas, Políticas e Sociais o consagra como Patrono da Cátedra nº 199.
Osvaldo Cruz é o segundo ocupante da cadeira n.º05 na Academia Brasileira de Letras, eleito em 11 de maio de 1912, na sucessão de Raimundo Correia e recebido pelo acadêmico, o também médico  Afrânio Peixoto em 26 de junho de 1913.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Osvaldo_Cruz
http://www.miniweb.com.br/cidadania/personalidades/oswaldo_cruz.html
Revista de Manguinhos – maio de 2005.
Jornal ‘MEDICINA’ - /CFM- Março/2011

 

 

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